quinta-feira, 2 de julho de 2009

Biólogo afirma em Feira de Literatura:'Deus, um Delírio'









''Se não conhecesse Darwin, me ajoelharia e diria ‘isso é obra de Deus’.'' Richard Dawkins, autor de 'Deus, um delírio', debate nesta quinta (2)


Quando se discute religião nos dias de hoje, um nome obrigatório na conversa é do biólogo e ferrenho darwinista Richard Dawkins – justamente porque o britânico advoga um mundo sem fé religiosa, um mundo que não precise da crença em Deus.
Antes de participar da mesa programada para as 19h desta quinta, na Festa Literária Internacional de Paraty, ele concedeu uma entrevista coletiva em que reafirmou seus pontos defendidos no best-seller “Deus, um delírio”.
Dawkins tem dedicado boa parte da carreira para levar aos olhos do público a importância de “A origem das espécies”, a obra definitiva de Charles Darwin que completa em 2009 150 anos de sua primeira publicação. “É o livro mais importante da história porque consegue resolver o maior mistério da vida humana, porque somos o que somos”, afirma o biólogo britânico. “É um livro que não é devidamente reconhecido por causa da ignorância e porque a religião quer prover explicações prontas para mentes mais ingênuas”.
Principalmente nos anos sob a presidência americana de George W. Bush, em que os grupos religiosos ganharam bastante espaço, Dawkins se envolveu em inúmeras polêmicas e debates com membros das mais variadas igrejas. Até hoje recebe ameaças – algumas de morte – na correspondência.
“Não acho que todas as pessoas que são religiosas são más. Acho que muitas de suas ações são motivadas pelo desejo de fazer o bem. Mas a religião é justificativa para fazer coisas terríveis como os terroristas suicidas ou assassinatos”, disse Dawkins, que também lembrou sua participação nas ações publicitárias nos ônibus de Londres pelo ateísmo, que tinham a inscrição “Deus provavelmente não existe. Agora pare de se preocupar e vá curtir sua vida”.
Ele sustenta que a falta de informação é um dos motivos para que as pessoas recorram a fé religiosa. “Eu acabei de voltar do Pantanal e fiquei deslumbrado com tanta beleza. Se não conhecesse Darwin, eu me ajoelharia e diria ‘isso é obra de Deus’.”
O biólogo também disse que é favorável a um termo mais “amigável” que defina um ateu, em razão dos preconceitos existentes, como o “bright” (brilhante, em tradução literal, ou inteligente) que está sendo defendido por correntes do ateísmo.


Fonte: G1.globo.com


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